25 janeiro, 2011


      Há um texto de Lygia Fagundes Telles, Os gatos, que diz assim:

"Ele fixaria em Deus aquele olhar de esmeralda diluída, uma leve poeira de ouro no fundo. E não obedeceria porque gato não obedece. Às vezes, quando a ordem coincide com sua vontade, ele atende mas sem a instintiva humildade do cachorro, o gato não é humilde, traz viva a memória da liberdade sem coleira. Despreza o poder porque despreza a servidão. Nem servo de Deus. Nem servo do Diabo."

     O texto continua,  é um pouco longo - o que,  em se tratando de Lygia, é um prazer. Faz parte do livro de impressões A disciplina do amor.

ESCRITORES E GATOS

    
          Programa Entrelinhas, TV Cultura, em 01 de dezembro de 2008.